domingo, 20 de março de 2011

É mais fácil negar do que afirmar!


« Pode-se enganar toda a gente algum tempo, mas não se pode enganar toda a gente o tempo inteiro ».



Aprendi, pela força das circunstância e não pela força da vontade, que, por vezes, é mais fácil negar do que afirmar. Quando nos tocam na ferida preferíamos ter o dom do teletransporte e desaparecer que nem uma gazela, mas somos mortais, e os comuns mortais ainda não têm esses dons. E por não os ter, defendo-me como posso, para tal prefiro negar do que afirmar. Porque quando dizemos que não, que não passa tudo da imaginação fértil das suas cabeças, o assunto morre ali; morre com um sorriso matreiro e desconfiado, mas pelo menos fica encerrado. Só que se afirmarmos que nos entregamos ao amor, as perguntas surgem que nem flechas, multiplicam-se e parece que nunca mais terminam. É por isso que prefiro ficar-me pelo sorriso matreiro e desconfiado, ao menos sei que, pelo menos por hoje, não voltamos a este tema chave.
Sempre que me falam de ti, que me fazem aquelas perguntas difíceis, daquelas em que estão claramente a perguntar-nos se sentimos algo, ou quando criam, em menos de metade de um suspiro, aquele cenário cheio de romantismo, eu sinto que vou quebrar, vou abrir o coração e de lá de dentro vai sair uma vozinha a afirmar que tudo aquilo é verdade, mas controlo-me, rio-me como se aquilo fosse a maior estupidez e nego tudo, até que não tenha forças para continuar a bater na mesma tecla. Mas não sou de ferro e tenho medo de quebrar e despejar tudo o que guardei numa caixinha, dentro de um dos espacinhos do coração que foste tu a descobrir, quando eu não fazia ideia de que ele lá estava. Vou contendo-me enquanto posso e tento ser o mais convincente possível, afirmando só para mim que sinto mesmo alguma coisa.
Tenho a certeza de que se falasse abertamente sobre isso, desse voz ao coração, seria mais fácil, mas ao revelá-lo tornava-o real e ia ser cruel porque sei que não seguimos na mesma direcção. Contudo, não posso negar o que sinto e a verdade é que o meu olhar fala de amor sempre que me falam de ti. Isto dá-me a volta à cabeça e tanta volta entrelaça-me o coração, deixa-o feito num oito, por isso entro em constantes contradições, sabendo que me fazes bem, mas que mesmo assim não posso revelar que me fazes bem. Até parece que cometi algum crime e tenho de viver com esta angústia para o resto da vida, quando, na verdade, amar é das coisas mais bonitas.
Aprendi, pela força das circunstâncias e não pela força da vontade, que, por vezes, mais vale negar do que afirmar, só que estou cansada de não puder dizer que sim, que gosto de ti com todas as minhas forças, que estou pronta para te entregar a chave do meu coração. Só que é o saber deste amor não correspondido que me faz omitir a verdade. E, por hoje, é tudo o que posso revelar, não a eles e muito menos a ti, porque não tenho coragem para tal, mas revelar a mim mesma, para saber com o que hei-de contar. Tu és parte de mim e isso é inegável! No entanto não posso tornar isto mais real do que já é, se bem que me apetecia dizer a toda a gente, gritar ao mundo, responder afirmativamente a todas as perguntas, mas para o meu bem, e para o bem do meu coração, é melhor continuar a omitir a verdade que guardo dentro dele, por isso vou voltar a negar e deixar as afirmações para quando for bem mais fácil afirmar do que negar!


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