domingo, 20 de março de 2011

Espelho da Alma


Quando me confronto com o espelho da alma revejo no meu olhar o teu sorriso. Revejo em ti a minha maneira de ser. Também já fui pequenina e, como tal, tive vontade de crescer. Tu foste igual a mim. Eu sou igual a ti. Agora que o tempo passa por mim quero recuar um pouco mais. Vejo em ti a mesma vontade, o mesmo desejo.
Tal como eu brincaste muitas vezes na rua, deixaste-te ficar num mundo só teu onde só poucos conseguiam entrar. Assim como tu muitas vezes quis fugir. Deixar para trás o passado e viver apenas do presente sem pensar no futuro. Mas tal como tu não fui capaz de o fazer. E tal como eu continuaste a viver nesse teu mundo de recordações, de memórias, de lembranças.
Tu continuas em mim e eu continuo em ti. Em cada passo em frente revejo-me em ti. Em cada gesto revês-te em mim. Para onde eu for tu vais comigo e para onde tu fores eu irei contigo.
Quando me confronto com o espelho da alma ainda percebo que estou ligada a ti e tu continuas ligada a mim. E tudo isto é tão certo, é tão real. É tão indiscutível como dois mais dois serem quatro.
Quando te olho revejo-te com o mesmo sorriso inocente e feliz de criança. Quando me olhas revês-me com a mesma vontade de crescer e mudar o mundo. E a nossa história segue por aí em diante.
Mesmo distantes continuarei a rever-me em ti e tu continuarás a rever-te em mim.
Tal como sempre.

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