quinta-feira, 24 de março de 2011


Fecha-se a minha alma...
nesta cadeia sem grades.

Censuram-me as vozes...
neste espaço vazio de sons.

Despojam-me o corpo...
de todos os sentidos...
e deixo o nada tomar conta da vida.

Escravizo as memórias..
que já não tenho...
apago as recordações do passado.
Fecho a porta atrás de mim...
para não deixar sair o futuro.

Derramo o sangue ainda quente.
Esvai-se o meu corpo de todos os líquidos.
Evaporam-se os perfumes para deixar transparecer as essências.
Desfaz-se o sonho, mesclado no sono.
Dissipam-se os pôr-do-sol e as auroras.
Pinto o céu em tons de negro e deixo que escuridão tome posse.
Entrego-me, neste ciclo de vida, com a euforia da velocidade a que me consumo.
Esqueço de tudo o que fui no passado, de tudo aquilo que poderei fazer no futuro, para ser apenas hoje, aqui e agora, aquilo que querem os outros, que eu seja!

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