quinta-feira, 24 de março de 2011

Será possivel?

Será possivel?


O quarto sufoca-me, as paredes parecem me querer engolir
Pergunto-me porque tento gritar, mas ninguém me parece ouvir
A mascara de alegria, aquela que todos os dias costumo albergar
Colou-se ao meu rosto, tornou-se o que vêm, não a consigo tirar!


Olhem para mim! Será tão dificil ver aquilo que ando a esconder?

Preciso de carinho, acreditam quando digo que não me importo de não o ter?
A mascara é a areia que jogo aos vossos olhos por forma a os cegar
Quero esconder de vocês, mas no fundo desejo que não se deixem levar


Mas a areia permanece, vocês não vêm, e eu começo a me afundar

No mundo que crio, que vós apresento, em que vos deixo caminhar
Devoram-me os medos, eu deixo eles me devorarem, e imovel começo a ficar
Não me salvo, nem sou salva, pareço uma marioneta, com demonios a me comandar!


Mas sorrio, não vêm como alegre eu estou, as lagrimas eu não deixo cair

Tristeza, não a vêm, esqueci sua face, limitei-me a aprender apenas a sentir
Mas procurem dentro de mim, leiam cada rasgo do que estou a dizer
Palavras belas, têm sempre os seus segredos, que lutam por viver!


Segredos, que escavam a profundez de mim, que imploram para sair

Que ouço como vozes suplicantes, que não me deixam dormir
Mas eu calou-os, para o mundo, para a consciencia do que podia vir a ser
Acho que desejo no fundo, que descubram, me peguem na mão e me ensinem a viver!


Ajudas-me? Será que com este quadro negro há alguém que me queira amar

Ou tornei-me tão diferente, que é impossivel, ao que sou, chegar?
É possivel? Não me estas a vender sonhos, que não posso alcançar?
Se é possivel, tira-me daqui, agarra a minha mão, faz-me acreditar....

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