O quarto sufoca-me, as paredes parecem me querer engolir
Pergunto-me porque tento gritar, mas ninguém me parece ouvir
A mascara de alegria, aquela que todos os dias costumo albergar
Colou-se ao meu rosto, tornou-se o que vêm, não a consigo tirar!
Olhem para mim! Será tão dificil ver aquilo que ando a esconder?
Preciso de carinho, acreditam quando digo que não me importo de não o ter?
A mascara é a areia que jogo aos vossos olhos por forma a os cegar
Quero esconder de vocês, mas no fundo desejo que não se deixem levar
Mas a areia permanece, vocês não vêm, e eu começo a me afundar
No mundo que crio, que vós apresento, em que vos deixo caminhar
Devoram-me os medos, eu deixo eles me devorarem, e imovel começo a ficar
Não me salvo, nem sou salva, pareço uma marioneta, com demonios a me comandar!
Mas sorrio, não vêm como alegre eu estou, as lagrimas eu não deixo cair
Tristeza, não a vêm, esqueci sua face, limitei-me a aprender apenas a sentir
Mas procurem dentro de mim, leiam cada rasgo do que estou a dizer
Palavras belas, têm sempre os seus segredos, que lutam por viver!
Segredos, que escavam a profundez de mim, que imploram para sair
Que ouço como vozes suplicantes, que não me deixam dormir
Mas eu calou-os, para o mundo, para a consciencia do que podia vir a ser
Acho que desejo no fundo, que descubram, me peguem na mão e me ensinem a viver!
Ajudas-me? Será que com este quadro negro há alguém que me queira amar
Ou tornei-me tão diferente, que é impossivel, ao que sou, chegar?
É possivel? Não me estas a vender sonhos, que não posso alcançar?
Se é possivel, tira-me daqui, agarra a minha mão, faz-me acreditar....
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