sexta-feira, 25 de março de 2011

...Equilíbrio...


...Equilíbrio...
Passava dias à espera, ansiosa pelo momento que nunca chegou.
Estava à espera de mudar após aquele momento, torná-lo o meu inicio.
Sinto que nunca chegarei lá, sinto que nunca atingirei sequer aquele que defini como meu ponto de inicio. Lutei, desisti. Esperei, Desisti. Apenas ignorei. Ele nunca chegou, eu nunca caminhei. Fartei-me de esperar, fartei-me de desistir, fartei-me de ignorar, à espera de receber importância. Fartei-me de não ser o que quero ser, de ser em mim, de ser tantas, de não ser nenhuma.
Quero unir-me, quero o melhor de todos os eus.
Quero o melhor de todos os meus estados.
Quero um eu forte, um eu corajoso, um eu realista, mas um eu perfeito. Deste modo nunca o atingirei.
E agora? Que tanto receio.
E agora? Que confundo com os piores momentos.
Quero conhecer-me como nunca antes, quero ser como nunca antes.
Quero ser para mim o que tento ser para os outros.
Quero amar-me.
Quero sentir-me.
Quero ter uma música que me faça lembrar dos momentos bons que passei, simplesmente porque sou eu.
Quero sentir que sou para alguém aquilo que sou para mim própria.
Quero sentir por alguém aquilo que eu sinto por mim.
Quero esquecer, relembrar, esquecer.
Quero parar de lembrar, de esquecer, apenas esquecer.
Nem quero pensar em lembrar de esquecer, se não me lembro é porque não vale a pena.
Quero o tudo, quero o nada. Egoísmo?
Só vivo na minha mente, só da minha tenho de cuidar, porque continuo a incluir sempre alguém?
Desisti.
Desisti de desistir.
Desisti de querer o que não quero.
Descobri.
Finalmente descobri.
Descobri aquilo que tentava sempre aconselhar, mas que nunca interiorizava.
Descobri que é de mim que tenho de gostar.
Que alguém pelo qual tanto lutei, tanto esperei, tanto desisti, tanto esqueci, mas que nunca perdi a esperança, sou eu mesma.
Assim, mesmo ainda não me tendo encontrado, sei que aquilo que procuro está à minha espera e que nunca desistirá de me esperar.
Nunca me irá ignorar.
Esse encontro será a paz da minha alma, a solução da minha mente, o equilíbrio entre o que sou e o que quero ser.
O equilíbrio entre a imaginação e a realidade. Entre o pensar e o existir. Entre o ser e o não ser.
…mas adiantei-me, porque agora sei que não preciso de ninguém para me ajudar a ser aquilo que sou.
Estou a mudar.
De novo.
Ainda.
Vou melhorar, vou sentir e vou ser. Já não me interessa a perfeição.
Apenas o seu caminho. E este, bem posso desfrutar sem pensar quando irá acabar.
Porque nunca acabará.
Agora sei, que a seu tempo…
Vou viver, vou sentir, vou sofrer. Vou ser eu.

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