domingo, 20 de março de 2011

Sonhos... ou ausência deles


Nunca quis sonhar os sonhos que sempre levaste no peito.
Não queria sonhar como tu sonhas. Viver em todas as ilusões que ao sonhar criavas. Mas parecias tão feliz. No entanto, não queria seguir-te o exemplo, mas quando fechava os olhos lutava contra essas vontades; as que sempre quiseste que tivesse dentro de mim, mas que, no fim de tudo, eram as minhas vontades também.
Não podia, não queria, mas sem os teus porquês e as minhas indecisões levei essas vontades nos sonhos que tentei não sonhar. E quando agora voltava a fechar delicadamente os olhos, via-me lutar contra a morte que não nos mata nesses (nossos) sonhos, mas que passava diante dos nossos olhos com outro nome e outra sensação.
Deixava o corpo envolver-se no beijo que o sonho fazia sonhar. No silêncio do sonho sentia os teus dedos desenharem os contornos dos meus lábios. E num gesto repetido eu contornava os teus. Contemplando o amor que se cravada no frio que corria a espinha, por ser tão forte o calor da tua pele que percorrera depois o resto do (meu) corpo.
Deixamos as palavras guardadas, que no sonho não sabiam sonhar. Mas eu sabia que não queria que fosse assim, mas sabia também que não podia sonhar de outro modo a não ser como tu.
Abraçamos os dias que nos chegavam e fomos, no silêncio das noites, os toques de carinho e, quando os olhos se voltavam a fechar, o beijo que resguardava o tanto amor que percorria todos os instantes que nos enganaram. Os instantes que nos sonhos prometeram ser tão eternos quanto aquilo que o coração soubesse escrever.
Nunca quis sonhar os sonhos que sempre guardaste em ti. Mas sempre soube que não sabia sonhar de outra maneira a não ser como tu. Sempre sonhei que tinha de sonhar o sonho que simbolizavas no amor dentro de mim. Lutava contra as vontades que no sonho sonhei, por todos os instantes verdadeiros que os sonhos me prometeram passar, nem que a distância crescessem entre nós.
Nunca quis sonhar assim, mas sempre sonhei por saber que sempre foste o melhor sonho que a minha alma soube sonhar.

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