domingo, 20 de março de 2011

Procurei (-te)


Procurei-te por entre vales e montanhas, por entre as ondas do mar.
Procurei o teu perfume por entre as cartas que trocamos e tentei ouvir a tua voz, lembrando-me de todas as palavras que já me disseste.
Procurei-te para lá das estrelas do céu e para lá do imaginário do coração. Folheei páginas do livro na esperança de encontrar algo que me levasse a ti. Procurei as tuas marcas, todas as pistas que deixaste ao longo do caminho, na certeza que te irei encontrar.
Procurei-te por entre metáforas e comparações; por entre rimas e deixas de amor, fiz de ti o poema que sempre quis escrever e deixei que fosses publicado na página do (meu) coração. Fiz de ti a minha certeza preferida, a citação escolhida por entre dias de maior felicidade. Faço de ti a brisa suave que paira no ar naqueles dias em que o meu aconchego é o calor das tuas palavras.
Procurei-te por entre as rochas e por debaixo de pedras; senti a necessidade de te descrever com o toque suave da pétala de uma rosa. Mergulhei por entre certezas e opiniões; por entre sorrisos e dedicatórias. Escrevi o teu nome e marquei-o no meu peito. Tornaste-te a melodia das palavras soltas e das causas aparentemente perdidas. Vou-te descobrindo com a ponta dos dedos e em cada instante meu. Vais-me descobrindo em cada palavra que arrancas do meu peito e levas-me a tocar a terra dos sonhos. Sinto-te em cada pulsação que deixo fugir e sinto-te na minha respiração mais ofegante.
Procurei-te por entre confissões e ilusões; segredos outrora partilhados.
Procurei-te por entre rimas de amor e por momentos de intensa liberdade. Fiz de ti o bem mais precioso, o tesouro nunca antes encontrado. Coloquei-te entre momentos de inspiração e por entres textos de paixão. Encontrei-te por entre as letras das músicas mais sentimentais e por entre as lágrimas do coração. Tornaste-te o texto inacabado que sei vai completando a cada virar de página.
Abri-te o meu coração por entre promessas e juras de amor. Tal como o abri também o entreguei na certeza da beleza do sentimento nutrido por ambas as partes. Coloquei-te entre vírgulas, como informação necessária, e tornaste-te a oração mais importante das minhas frases. Fiz de ti a prosa e a poesia embaladas na música das palavras que saem do meu peito.
És parte da minha alma.

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